Varejo
Publicado: 27 de Julho de 2023 - Atualizado em: 4 de Agosto de 2023

Novas tecnologias para vendas e pesquisa omnichannel marcam o 2º dia de Fórum ECBR 2023

O 2º dia de Fórum E-commerce Brasil (26/07) foi um dia intenso de conteúdos sobre novas tecnologias, inovação no varejo, estratégias de vendas no TikTok e, claro, o lançamento de pesquisa inédita da Bornlogic com o Opinion Box sobre omnicanalidade.

O que você vai ver:

Habilidades para o futuro com Martha Gabriel

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Em 2021 começamos a ter ascensão de tecnologias que já estavam sendo disseminadas, como por exemplo, blockchain, big data, entre outras. Em 2022, foi a vez do metaverso e das NTFs. E, por fim, em 2023, chegou a vez do ChatGPT e a IA generativa.

Para falar sobre essas novas tecnologias e como se preparar para a era da IA, o Fórum E-commerce Brasil trouxe palestrante, professora e consultora Martha Gabriel, referência no Brasil em temas no mundo digital.

Em sua palestra, Martha falou sobre as habilidades que os profissionais precisarão ter para o futuro. Confira:

Mentalidade digital

Segundo a especialista, precisamos entender a regra do jogo, e o que o digital está mudando na nossa vida, no mundo. Para exemplificar, Martha trouxe um pensamento do historiador Yuval Harari, autor de “Sapiens” e “Homo Deus", de que “em um mundo inundado por informações irrelevantes, clareza é poder”.

E no caso das novas tecnologias, é importante entender que elas podem trazer coisas boas e ruins, e os profissionais precisam entender o que solucionar e o que pode ser automatizado com as novas soluções tecnológicas. 

Pensamento crítico

Martha traz o pensamento crítico como uma habilidade necessária para o futuro, que é capacidade de analisar fatos, experiências, comentários ou situações com o objetivo de formar uma opinião própria.

“O pensamento crítico afeta a forma como enxergamos e julgamos tudo e como tomamos decisões. Por falta de pensamento crítico, as pessoas preferem mentiras confortáveis do que verdades inconvenientes”, afirma a professora.

Segundo Martha, os pilares do pensamento crítico são:

  • Ceticismo amável;

  • Superação de vieses cognitivos;

  • Lógica, argumentação e retórica;

  • Repertório;

  • Conjunto de valores e atitudes.

Criatividade/Experimentação

Com a chegada da era da Inteligência Artificial, vem também a obsolescência humana. Isto é, a preocupação sobre a capacidade de manter empregos, dificuldade em adotar novas tecnologias ou a aprender novas habilidades que possam ser relevantes no futuro.

Para lidar com isso é preciso investir no que mais nos diferencia das máquinas, a criatividade e a experimentação. Profissionais devem buscar antecipar tendências, investir em educação, e desenvolver mais flexibilidade e adaptabilidade.

Simbiose tecnológica

Para nos tornarmos profissionais exponenciais, segundo Martha,  é necessário criarmos uma simbiose humano-tecnológica, em que cada parte contribua com o seu melhor, resultando em um novo ser. “A principal função da tecnologia é ampliar as habilidades humanas”. E essa simbiose acontece quando entendemos sobre as tecnologias, pois ela é o principal vetor de inovação do mundo. Na palestra, a professora citou as áreas de capacitação importantes: 

  • IA
  • IOT/5g
  • Big Data
  • Block chain
  • Robótica
  • Nanotecnologia
  • 3D print
  • Quantum computing

Be human 

“Tudo que puder ser digitalizado e automatizado será. Para nos mantermos relevantes, precisamos fazer o que as máquinas não fazem”, assim explica Martha sobre o fator humano, que também precisa ser trabalhado, mas por quem sabe usar melhor a simbiose tecnológica. Isto é, por quem vai combinar o máximo da tecnologia e o máximo da inteligência humana, para criar um potencial muito maior.

Colaboração (networking)

Os seres humanos estão cada vez mais conectados, e uma habilidade essencial é saber lidar com os outros, ou seja, fazer networking. É sobre tentar interagir e aprender mais com o máximo de pessoas possíveis.

Outro aspecto abordado por Martha foi a colaboração, em que a liderança é distribuída. A sociedade e as profissões do futuro caminham para a liderança na mão de grupos.

Adaptabilidade/agilidade

O profissional do futuro é ágil e sabe se adaptar com facilidade para mudar de rota. “O erro não é ponto final, é vírgula. A raiz do sofrimento é o apego”.

Resiliência

E, por último, um ingrediente fundamental para lidar com a transformação digital é a resiliência. Lidar com novas tecnologias é sobre enfrentar as mudanças e adversidades, superando desafios e aprendendo com as experiências. Nas empresas, a resiliência pode ser desenvolvida com a cultura, propósito e metas, disciplina e foco.

Geração de valor e rentabilidade no varejo: estratégias para se destacar em meio aos marketplaces

forum-ecbr-cobertura-2No cenário atual do varejo, muitos empresários estão adotando o modelo de marketplaces ou aspirando a se tornarem um. No entanto, a maioria dos varejistas enfrenta o desafio de descobrir como permanecer relevante, agregando valor à sua marca e obtendo lucratividade nesse ambiente. 

Para descobrir essa resposta, João Appolinário, fundador e CEO da Polishop, foi um dos entrevistados no Palco Marketplace do evento. Para Appolinário a inovação é um dos caminhos para se diferenciar no mercado e a Polishop mostra como faz isso. 

Segundo o CEO, hoje 50% das marcas da Polishop são próprias, com uma frequência de dois a três lançamentos de produtos por semana. “A gente lança muita coisa e usamos o nosso métodos de comprar uma pequena quantidade, fazer o nosso tradicional live commerce, testando o produto para ver a resposta do consumidor”, afirma o fundador da Polishop.

Appolinário trouxe exemplos da marca, como o lançamento da primeira Airfryer Philips Walita, em 2011, feito pela Polishop. A Airfryer é considerada um case de sucesso, pois Polishop fez todo um trabalho educativo em relação ao novo produto, desmistificando a ideia de que não era possível saborear alimentos crocantes sem precisar utilizar óleo nas preparações. 

“Buscamos melhorar o que já existe, inovar, desenvolver o que as pessoas ainda não estão fazendo. Mesmo que possa ser mais fácil lançar um produto que já existe na loja, dessa forma não conseguimos criar oportunidade e seguimos enfrentando as disputas gigantescas do varejo ”, disse. 

Sobre o atual momento do varejo, Appolinário enxerga que o mercado é muito dinâmico, e precisa se transformar conforme os hábitos de consumo. “Costumo aconselhar que todo varejista precisa olhar seus canais de compra com o olhar do consumidor. Pensar sobre o que deseja quando navega no site ou um market place.”

Para atender seus clientes, a Polishop investe em transformar suas lojas em pequenos centros de distribuição, para oferecer ao cliente a retirada de produtos vendidos online e a entrega mais rápida. 

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Avon tá on! Digitalizando a Venda Direta e criando D2C

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Eric Caamaño, Diretor de E-Commerce LATAM, e Henrique Ribeiro, E-Commerce & Digital Manager, ambos profissionais da Avon, contaram no palco de Transformação Digital sobre como a marca de beleza tem conduzido o  processo de venda direta no universo digital.

Avon tem estabelecido ao longo dos anos um canal de interação direta com o consumidor final, uma transformação relevante e estratégica no modo como a empresa realiza negócios. 

Para o seu processo de digitalização de venda direta, Avon apresentou seus principais fatores de sucesso. Um deles foi uma estratégia de longo prazo, dividida por etapas, como: 

  • Ano 1 - Setup - B2c
  • Ano 2 - Growth - B2b2c
  • Ano 3 - Maturidade - B2b2c
  • Ano 4 / 5 - Relevância - B2b

Durante os primeiros anos da operação, a marca fez investimento publicitário (40%/50%); volume de pedidos; estruturas de custos; subsídios nos custos de frete (ano 1); custos variáveis (agências) e proposta comercial exclusiva (ticket$).

A marca também definiu os perfis das representantes Avon, hoje divididas entre 100% tradicionais, mistas (tradicionais + digitais) e 100% digitais, a fim de oferecer soluções digitais da marca, como o aplicativo “Nossa Avon”, a Revista digital e o e-commerce Avon Conecta. Além disso, a companhia treina as consultoras para usarem a tecnologia e técnicas de social selling

O e-commerce de tudo e de todos com Luiza Trajano

forum-ecbr-2023-dia-2-magazine-luizaLuiza Helena Trajano foi entrevistada no palco de Marketing e Vendas. A presidente do conselho Magazine Luiza discorreu sobre as tendências do varejo, dificuldades do empreendedorismo e inovação no setor.

Trajano contou um pouco sobre sua trajetória de vida, a de alguém que nasceu no varejo, dentro de uma família de vendedores e que tem acompanhado de perto décadas as mudanças do setor. “Mais de 40 anos trabalhando no varejo, já vi várias transformações, nos últimos 10 anos o digital mexeu com tudo, com o varejo também”, contou.

Pensando nas estratégias que levaram ao sucesso da Magazine Luiza, Trajano explica que a empresa sempre acreditou que o varejo físico não vai acabar, mas que com o digital muda totalmente o seu papel. “ A Magalu é uma das únicas empresas do mundo que tem 50 anos de loja física e tem uma experiência muito boa no digital. Temos 7 laboratórios, somos muito digitalizados, mas não perdemos as lojas físicas.

Para Trajano, “o digital é uma cultura e não precisamos ter medo da cultura”. Ela contou que, majoritariamente, os clientes hoje optam por conhecer um produto no meio online, mas adquiri-lo em uma loja física, onde podem contar com o apoio de vendedores, suporte técnico e uma velocidade maior para ter o produto em mãos.

Lu do Magalu: inovação no atendimento ao cliente

Uma característica muito forte da Magazine Luiza é o atendimento ao cliente. A companhia investe em soluções e uma das mais conhecidas, sem dúvida, é a Lu da Magalu, a primeira influenciadora virtual do Brasil.  

A personagem nasceu em 2003 para humanizar a experiência de compra no e-commerce do Magazine Luiza. Em 2009, a personagem ganhou um novo nome “Lu” e assumiu as redes sociais da marca. Hoje em dia, a Lu do Magalu já faz parcerias com marcas mundialmente conhecidas, como Spotify, Mc’Donalds e Nutella. 

A Lu Magalu foi uma das diversas inovações que a marca foi desenvolvendo para sobreviver e crescer no competitivo varejo. “Precisamos trabalhar no varejo com inovação, pensando no cliente no centro do negócio. Por isso a gente não para de inovar”.

Shoppertainment no TikTok: onde marcas e entretenimento se encontram para alavancar os resultados de negócio

forum-ecbr-tiktok-cobertura-segundo-diaO "Shoppertainment" no TikTok é uma estratégia inovadora que combina marcas e entretenimento para apoiar os resultados dos negócios. Por meio de conteúdo cativante e interativo, as empresas encontram no aplicativo uma plataforma para se conectar com o público-alvo, promover seus produtos e aumentar as vendas. 

Para saber mais sobre como a TikTok tem se tornado um espaço onde o entretenimento se une ao comércio, o Head de Vendas no TikTok, Theo Lima, contou no evento os benefícios mútuos para as marcas e os usuários na plataforma.

Lima explicou que o TikTok não é uma rede social, mas uma plataforma de vídeo e entendimento movida pelos interesses e gostos do usuário. “No TikTok, o entretenimento vem em primeiro lugar. Isso criou modelos novos de comportamento por conta dos atributos nativos da plataforma colocando o Tiktok no centro da cultura popular”, contou o executivo.

Segundo o Head de vendas, tendências de consumo e comportamento nascem todos os dias na plataforma.  “Temos um #tok para cada nicho, conteúdos de categorias ou indústria criados por usuários ou marcas e são agregados com hashtags”.

Esses conteúdos despertam a vontade de comprar por meio dos elementos que os usuários mais esperam encontrar na plataforma. Segundo Lima, 84% dos usuários interagem na plataforma em busca de informações sobre marcas e serviços. De acordo com dados  do Research & Insights global do TikTok, 1 em cada 4 entrevistados descobriu um produto novo no aplicativo e comprou logo na sequência. 

Além disso, Lima mostrou que 79% dos usuários preferem quando as marcas mostram que entendem os vídeos do TikTok e que não apenas tentam fazer um anúncio. “Marcas que não se comportarem como criadores de conteúdo vão perder espaço para criadores de conteúdo que hoje pensam e agem como marcas.”

O executivo trouxe case e o exemplo da L'oréal, marca que dominou a #beautytok com uma estratégia de funil completo, que aumentou 43% do volume incremental em vendas. Outros exemplos de resultados de marcas no TikTok:

Case Magalu

A parceria com os criadores do TikTok trouxe 83% menor custo por instalação com vídeos de creators e 115% maior CTR nos vídeos com creators.

Case Smartfit

O Tiktok  gerou para a Smartfit +15 mil conversões offline e -25,8% CPA x meta da marca.

Case Insider

A presença frequente no TikTok gerou +20,2% de conversões incrementais para a marca de roupas.

Pesquisa sobre a experiência do consumidor brasileiro omnicanal

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A omnicanalidade é uma estratégia essencial para as empresas que desejam atender às necessidades dos consumidores modernos. Ela vai além dos multicanais de venda, integrando-os de forma a proporcionar uma experiência contínua e consistente em todos os pontos de contato entre consumidores e marcas. 

Sabendo disso, a Bornlogic e a Opinion Box, se juntaram para realizar um relatório exclusivo sobre a omnicanalidade no Brasil. Uma pesquisa realizada com milhares de consumidores brasileiros sobre compras e estratégias de omnicanalidade, com o objetivo de investigar a percepção dos consumidores em relação a essa abordagem, suas preferências, expectativas e os benefícios que ela proporciona. 

O lançamento da pesquisa aconteceu durante a palestra do CEO e Co-founder da Bornlogic, Andre Fonseca, e do COO e Co-founder do Opinion Box, Felipe Schepers. Nela, os executivos mostraram dados e insights do relatório, bem como o varejo pode se preparar para se conectar e atender às novas expectativas dos clientes através de soluções digitais inovadoras.

Segundo a Pesquisa Omnicanalidade no Brasil, o consumidor já virou omnicanal, com 64% dos consumidores afirmando que já fizeram compras neste formato. Entretanto, os dados mostram que o varejo ainda enfrenta dificuldades na comunicação e estratégias de experiência omnichannel. Cerca de 82% dos entrevistados disseram que já encontraram preços diferentes na loja física e na loja online de uma mesma marca e 58% mais de uma vez.

Para 90% dos consumidores, empresas devem ter uma estratégia de atendimento ao cliente integrada em todos os canais de vendas. Sendo o WhastApp o canal preferido de 58%.

“Quando o varejo pensa em criar uma estratégia de comunicação omnicanal, as empresas percebem que não têm braço suficiente para realizarem isso sozinhas e precisam de tecnologia para transpor este desafio de ser omnicanal, se comunicando regionalmente”, disse Fonseca.  

Na palestra, o CEO da Bornlogic trouxe o exemplo da Via Varejo que, durante a pandemia, os vendedores precisaram se reinventar e criar conteúdo nas redes sociais, direcionando a venda para o WhatsApp com a campanha “Chama no Zap”. “Este case de sucesso não só omnicanal, mas também de comunicação regional”.

Para Fonseca, o varejo precisa ser omnichannel com uma comunicação regional focada na loja física, ligada ao e-commerce, ao WhatsApp, falando a língua do cliente da região, ser um expert em cada um dos produtos. Caso contrário, a tendência é perder para os que conseguiram fazer essa inovação, essa aceleração, criar essa cultura digital.

“Há cinco anos, quando a Bornlogic começou a  fazer isso, o consumidor não era omnicanal, a pandemia acelerou essa transformação no comportamento dele. Hoje, o consumidor é omnicanal, mas muitos varejistas ainda não evoluíram suficientemente essa estratégia omnicanal e regional”, finalizou.

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